Luz de inverno, Entroido de Brigantia

Ousilhão (Vinhais, Bragança), 2018. Foto de A. Marín retirada dum perfil público Facebook.

No 1 de Fevereiro formaliza-se a segunda das quatro grandes celebraçons do ano celta, o Entroido (Imbolc), umha celebraçom de esperança e alegria fortemente vencelhada à Deusa Brigantia (Brighid ou Bride), a Deusa vitoriosa, principal representante da soberania feminina, exemplo perfeito das trindades druídicas na sua própria figura.

Na Tradiçom Galaica disque o Entroido (Entruido ou Entrudo) começou já o 1 de Janeiro (passados os fastos da Noite Nai) e ainda que é certo que nalguns lugares já levam dias preparando e até celebrando publicamente, será durante esta próxima época depois do 1 de Fevereiro na que se desenvolverá em todas partes este festival percebido como lustraçom da terra e primeiro estímulo do crescimento, a preparaçom limiar da terra no futuro encontro com a primavera.

Vai-se cumprindo o anunciado triunfo sobre a escuridade que começou com o Ano Novo celta no Magusto (Samhain – 1 Novembro), num inverno que se bem ainda nom rematou tamém nom é quem de nos vencer quando bate mais duro, e Brigantia ajuda-nos com os seus atributos e ferramentas.

É o momento entom para a regeneraçom, para ajudarmos a terra, colocar os assuntos da casa em ordem, mesmo de fazer umha grande limpeza, fazer planos e “plantar” ideias. Muitos animais parem nestas datas e mesmo pode ser considerada como a festa dos bebés. Já diz o refraneiro galego que “no 2 de Fevereiro casam os passarinhos”.

Lembra-se, aliás, que o Rei ha renovar os votos com a Terra, na uniom de soberanos, o pacto sagrado entre o Ser Humano e as Deidades da mao de Brigantia. Como diz o antropólogo R. Quintia:

“[O Entroido galego é o] que melhor conserva o significado simbólico das vodas rituais que se celebravam em toda Europa no final de ciclo festivo da Invernia e a essência das sociedades de moços solteiros [Córios]”

A Deusa Brigantia – A Alta, A Elevada, A Tríplice Chama, Senhora da Soberania, portadora da água, da luz e Deusa do Fogo – toma três aspectos: como Lume da Inspiraçom (patrona da poesia, artes, filosofia e profecia), como Lume do Lar (patrona da medicina e fertilidade, de pastoras a agricultoras, protectora da casa com ajuda da Deusa Trebaruna) e como Lume da Forja (patrona da metalurgia, ferraria e artes marciais, grande guerreira).

A alegria
A alegria do Entroido tradicional: as cores racham o frio. Chama-se por Brigantia, chama-se por Bel. Venhem os Córios e vai-se afugentando a época escura.

A Soberana guia o Entroido com os seus atributos positivos e fai que, precisamente, acedamos a umha nova época. Eis a raiz da palavra Entroido, entrar, umha entrada a um tempo alegre que em muitos lugares começa já pouco depois de passado o Solstício de Inverno, mas nada a ver com o “carnavalesco” grosseiro, completamente alheio à nossa Tradiçom. Brigantia assegura assim este trânsito e garante a promessa de renascença feita no solstício. Ela será quem acorde depois o refulgente Deus Bel.

O ano já há tempo que começou, mas agora Brigantia e o ciclo da natureza começam a nos premiar de forma especial pola nossa resiliência. Tudo vira em torno ao Imbolc a partir destes momentos (do velho céltico i mbolg, “no saco” ou “na barriga”), este embigo da vida. Alviscamos a sua luz e ficamos confiantes: há que chegar ainda, mas já estamos quase. É tempo de alçarmos a cabeça e rirmos! 🙂

E na dança do teu mirar
Vejo castros, vejo o mar…
E nos beiços do teu Imbolc
Vejo a arder a lua, vejo gear o sol

Mileth (com grafia adaptada; reproduzido com permissom)

Tripla Deusa Brigantia, Senhora do Entroido (Imbolc). Detentora do fogo pois é protectora (entre outras) das ferreiras que forjam as armas, das poetas que apresentam lumes cerimoniais, e das sanadoras que facilitam o lume do lar. Brigantia fornece tamém pola criança nascente.
As cores
Abre-se o verde, racham as cores. Vai frio, mas tamém luz. Foto: R. Quintia (Facebook)

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Sol de inverno polo Entroido de Brigantia

Ousilhão (Vinhais, Bragança), 2018. Foto de A. Marín retirada dum perfil público Facebook.

No 1 de Fevereiro formaliza-se a segunda das quatro grandes celebraçons do ano celta, o Entroido (Imbolc), umha celebraçom de esperança e alegria fortemente vencelhada à Deusa Brigantia (Brighid ou Bride), a Deusa vitoriosa, principal representante da soberania feminina, exemplo perfeito das trindades druídicas na sua própria figura.

Na tradiçom galaica disque o Entroido (Entruido ou Entrudo) começou já o 1 de Janeiro (passados os fastos da Noite Nai) e ainda que é certo que nalguns lugares já levam dias preparando e até celebrando publicamente (aguardemos que com cabeça polo vírus que continua à solta), será durante esta próxima época depois do 1 de Fevereiro na que se desenvolverá em todas partes este festival percebido como purificaçom da terra e primeiro estímulo do crescimento, a preparaçom limiar da terra no futuro encontro com a primavera.

Pandemia ou nom, vai-se cumprindo o anunciado triunfo sobre a escuridade que começou com o Ano Novo celta no Magusto (Samhain – 1 Novembro), num inverno que se bem ainda nom rematou tamém nom é quem de nos vencer quando bate mais duro, e Brigantia ajuda-nos com os seus atributos e ferramentas.

É o momento entom para a regeneraçom, para ajudarmos a terra, colocar os assuntos da casa em ordem, mesmo de fazer umha grande limpeza, fazer planos e “plantar” ideias. Muitos animais parem nestas datas e mesmo pode ser considerada como a festa dos bebés. Já diz o refraneiro galego que “no 2 de Fevereiro casam os passarinhos“.

Lembra-se, aliás, que o Rei ha renovar os votos com a Terra, na uniom de soberanos, o pacto sagrado entre o Ser Humano e as Deidades da mao de Brigantia. Como diz o antropólogo R. Quintia:

“[O Entroido galego é o] que melhor conserva o significado simbólico das vodas rituais que se celebravam em toda Europa no final de ciclo festivo da Invernia e a essência das sociedades de moços solteiros [Córios]”

A Deusa Brigantia – A Alta, A Elevada, A Tríplice Chama, Senhora da Soberania, portadora da água, da luz e Deusa do Fogo – toma três aspectos: como Lume da Inspiraçom (patrona da poesia, artes, filosofia e profecia), como Lume do Lar (patrona da medicina e fertilidade, de pastoras a agricultoras, protectora da casa com ajuda da Deusa Trebaruna) e como Lume da Forja (patrona da metalurgia, ferraria e artes marciais, grande guerreira).

A alegria
A alegria do Entroido tradicional: as cores racham o frio. Chama-se por Brigantia, chama-se por Bel. Venhem os Córios e vai-se afugentando a época escura.

A Soberana guia o Entroido com os seus atributos positivos e fai que, precisamente, acedamos a umha nova época. Eis a raiz da palavra Entroido, entrar, umha entrada a um tempo alegre que em muitos lugares começa já pouco depois de passado o Solstício de Inverno, mas nada a ver com o “carnavalesco” grosseiro, completamente alheio à nossa tradiçom. Brigantia assegura assim este trânsito e garante a promessa de renascença feita no solstício. Ela será quem acorde depois o refulgente Deus Bel.

O ano já há tempo que começou, mas agora Brigantia e o ciclo da natureza começam a nos premiar de forma especial pola nossa resiliência. Tudo vira em torno ao Imbolc a partir destes momentos (do velho céltico i mbolg, “no saco” ou “na barriga”), este embigo da vida. Alviscamos a sua luz e ficamos confiantes: há que chegar ainda, mas já estamos quase. É tempo de alçarmos a cabeça e rirmos! 🙂

E na dança do teu mirar
Vejo castros, vejo o mar…
E nos beiços do teu Imbolc
Vejo a arder a lua, vejo gear o sol

Mileth (com grafia adaptada; reproduzido com permissom)

Tripla Deusa Brigantia, Senhora do Entroido (Imbolc). Detentora do fogo pois é protectora (entre outras) das ferreiras que forjam as armas, das poetas que apresentam lumes cerimoniais, e das sanadoras que facilitam o lume do lar. Brigantia fornece tamém pola criança nascente.
As cores
Abre-se o verde, racham as cores. Vai frio, mas tamém luz. Foto: R. Quintia (Facebook)

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